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Uma chance


Andando pela cidade, sentindo o vendo no meu rosto, havia meses que não aproveitava momentos como aquele. Sabia que meu cabelo estava voando, então abri um sorrio. Poderia estar em casa, confortavelmente, mas preferi sair e encarar a vida. Resolvi encarar esse friozinho que começou a aparecer. Decidi encarar a mundo e tudo que ele tem a oferecer, afinal sabia que cedo ou tarde seria necessário. O céu estrelado e tem a maravilhosa lua cheia encantando-me, deveria ser ela a iluminar a cidade, mas não era. Faróis, postes e outdoors iluminavam aquela grande e barulhenta cidade. Minha trilha sonora era as buzinas, o barulho de motores, pessoas conversando ao meu lado e um carinha sentado com um violão, que cantava uma bela música, ao fundo. Meu coração estava em mil pedaços e não havia o que fazer, mesmo que eu preferisse ficar em casa, com um pote de sorvete de chocolate e mãos, usando a minha roupa mais velha e confortável enquanto me lamentava. Eu poderia estar em casa me perguntando o porquê de ter sido deixada. Eu poderia ter ficado em casa procurando problemas em mim. Cheguei a conclusão que durante aquela semana que abandonei meu trabalho, meu celular, minha vida social, foi o bastante. Não preciso me lamentar tanto. A culpa não foi minha e se eu me afastasse teria sido pior. Eu sabia disso. Eu precisava de um tempo pra mim e tive esse tempo. Organizei meus pensamentos e estava pronta pra voltar ao mundo, mesmo que não admitisse isso. Se não fosse por uma amiga, que bateu a minha porta no meio da tarde, que me fez ver a minha situação, que me fez prometer que aparecia no barzinho à noite, talvez eu ainda estivesse lá em casa deitada, quentinha. “Não tenho nada a perder” foi o que eu disse e então fui. Juro que me arrumei no maior desanimo, mas não consegui resistir a sorrir quando tive boas sensações, não resisti quando aquele vento bateu em meu rosto. Viro a esquina e vi meus amigos ali, sentados pra fora do bar como de costume. Sorri e cumprimentei-os. Perguntaram-me como estava. “Vou melhorar” respondi. Eu estava certam, iria melhorar. Tudo que pude fazer foi viver um pouco. A conversa começou meio tímida, mas depois tudo que fizemos foi falar. Falamos de tudo e não pensamos em nada. Assim são as melhores rodinhas, falam a primeira coisa que vai se tornando outras até que alguém precisa ir. Tive uma das melhores noites em muitas semanas. Não me lembro qual foi a ultima vez que me diverti tanto. Tudo isso porque sai de casa, e se não fosse minha amiga eu estaria lá amoadinha no meu canto, mas eu preferi viver, dei uma chance à vida e me permiti ser feliz. Tudo que fiz foi dar uma chance à vida.

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